Controle Estatístico de Processo
O que é?
O Controle Estatístico de Processos, ou simplesmente CEP, é considerado uma das 7 ferramentas da qualidade, e é um método de coleta e verificação de amostra de resultados de um processo, a fim de controlar seu funcionamento e diminuir as falhas decorrentes da sua execução.
O CEP é um método de identificar saídas não conformes. O objetivo do monitoramento de saídas não conformes é reprovar as saídas que não atendem as especificações e não devem ser usadas, ou seja, identificar erros e corrigi-los pontualmente. Já o CEP procura identificar o que aconteceu de errado no processo e resultou uma saída não conforme, para que a causa raiz seja eliminada e o
processo seja estabilizado, impedindo que ocorra mais variações.
A ferramenta usada para a identificação das variações do processo é o gráfico de controle ou carta de controle. Ele foi desenvolvido por Walter Shewhart, ao estudar a variação das primeiras linhas telefônicas. Mas foi Deming que popularizou o uso da técnica, introduzindo-a na indústria japonesa após a Segunda Guerra Mundial.
O gráfico de controle é uma representação de uma amostragem do processo, que considera o LSC: limite superior de controle e o LIC: limite inferior de controle, que são os limites permitidos de variação nos resultados do processo. Entre os dois limites, é traçada a LM: linha média, que indica o resultado realizado do processo.
As variações que ocorrem no processo podem ser controladas ou descontroladas, e podem ter duas causas: as comuns e as especiais.
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Causas comuns de variação:
são variações características do processo e controladas, pois a variabilidade que causará no processo permanece dentro dos limites superior e inferior. Essas causas podem ser, por exemplo: falta de padronização das operações.
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Causas especiais de variação:
são variações descontroladas, que provocam deslocamento além dos limites superior e inferior, necessitando de ação corretiva. Essas causas podem ser: lote de matéria-prima com problema, falha humana, desregularem do equipamento.
Portanto, quando a linha média apresenta variações além dos limites, significa que o processo está fora do controle estatístico, e ações deverão ser tomadas, usando outras ferramentas da qualidade como Diagrama de Ishikawa e 5 porquês para auxiliar no processo.
Mas é importante verificar também se as variações dentro dos limites seguem alguma tendência. Por exemplo, numa amostra de 50 dados, se as primeiras 40 amostras apresentarem pouca variação (perto da linha média), e as últimas apresentarem variação perto dos limites, pode significar um problema que precisará de tratamento.
Quando usar um Controle Estatístico do Processo (CEP)?
O CEP e o gráfico de controle são usados para a identificação de variações inusitadas nos resultados do processo, servindo como base para a elaboração de ações que ataquem a causa raiz e eliminem a condição fora do padrão. Você poderá utilizá-lo para:
- Controlar os processos em curso, localizando e corrigindo os problemas à medida que ocorrem.
- Prever o intervalo esperado de resultados de um processo.
- Determinar se um processo é estável (no controle estatístico).
- Analisar os padrões de variação do processo de causas especiais (eventos não rotineiros) ou causas comuns (incorporadas ao processo).
- Determinar se o seu projeto de melhoria da qualidade deve ter como objetivo evitar problemas específicos ou fazer mudanças fundamentais no processo.
Como fazer?
1. Determinar a ferramenta para coleta de dados: como o CEP envolve a análise de dados, é preciso escolher uma ferramenta para que os resultados do processo sejam coletados. Uma das ferramentas indicadas é a folha de verificação.
2.Coletar a amostragem: definir a amostra que será analisada, e coletar os dados.
3.Definir os limites do processo: Analisar a base histórica do processo para verificar como o processo se comporta e fazer uma média e desvio padrão dos dados obtidos para determinar o LSC e o LIC, ou ainda verificar quais são os padrões que é esperado do processo e definir os limites.
4.Construir o gráfico: desenhar linha do LSC (limite superior de controle) e do LIC (limite inferior de controle), e no meio inserir a LM (linha média) com os dados analisados.
5.Identificar as variações: verificar quais se existem dados que ultrapassam as linhas de limites.
6.Identificar as causas da variação e elaborar planos de ação: usar ferramentas como Diagrama de Ishikawa para encontrar a causa raiz e o 5H2W para elaborar planos de ação.
7.Melhorar o processo: ainda é possível usar o gráfico de controle para diminuir cada vez mais a variação do processo, diminuindo a variação dos limites de controle e analisando as causas das instabilidades.
Exemplo:
O líder comercial quis analisar o processo de aquisição de clientes, para verificar seu desempenho. O indicador de vendas apresenta a meta de 40 vendas mensais, com a tolerância de 20. Então, ele construiu o gráfico com as informações das vendas realizadas no 1º semestre de 2016.
Pode perceber que o processo apresentou estabilidade em duas ocasiões: Janeiro e Março.
Janeiro a instabilidade foi positiva, então a causa precisa ser analisada para entender o que influenciou no aumento, para que ocorra a padronização, e em Março a instabilidade foi negativa, portanto a causa deve ser analisada para que o problema não volte mais a acontecer.
Ótimo artigo, obrigado pelo conteúdo. Foi de muita utilidade para a pesquisa do meu trabalho da faculdade.
Muito bom que foi foi útil Franklin.
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Um forte abraço,